Dia do Dia 03/07/2015
- Os
amantes de hoje preferem a droga mais leve, o tabaco mais light ou o café
descafeinado. Já ninguém quer ficar pedrado de amor ou sofrer de uma overdose
de paixão. As emoções fortes são fracas e as próprias fraquezas revelam-se mais
fortes. Os amantes, esses, são igualmente namorados da monotonia e amigos
íntimos da disciplina. O que está fora de controle causa-lhes confusão, e lhes
afeta certa zona do cérebro, mas quase nunca lhes toca o coração. O amor devia
ser sonhado e devia fazê-los voar; em vez disso é planejado, e quanto muito,
fá-los pensar.
Sobre
o amor não se tem controle. É um sentimento que nos domina, que nos sufoca e
que nos mata. Depois dá-nos um pouco vida. No amor queremos viver, mas pouco
nos importa morrer e estamos sempre dispostos a ir mais além. Deixamo-nos cair
em tentação, e não nos livramos do mal, embora procuremos o bem. No amor também
se tem fé, mas não se conhecem orações: amamos porque cremos, porque desejamos
e porque sabemos que o amor existe. Amamos sem saber se somos amados, e por
isso podemos acabar desolados, isolados e deprimidos. Que se lixe! O amor não é
justo, não é perfeito; no amor não se declaram sentenças nem se proferem
comunicados. O amor prefere ser imprevisível, cheio de riscos e de fogo
cruzado. No amor os braços não se cruzam, as palavras não se gastam e os gestos
servem para o demonstrar. Amar também é lutar, e enfrentar monstros fabulosos
com cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de dragão. É uma ilusão, um sonho,
um absurdo e uma fantasia. O amor não se entende, não se interpreta, não se
discerne nem se traduz. Quem ama acredita, mas não sabe bem porquê, não sabe
bem o quê, nem percebe bem como.
Fonte: Rogério Fernandes, em 'Alterne Activo'
- Os
amantes de hoje preferem a droga mais leve, o tabaco mais light ou o café
descafeinado. Já ninguém quer ficar pedrado de amor ou sofrer de uma overdose
de paixão. As emoções fortes são fracas e as próprias fraquezas revelam-se mais
fortes. Os amantes, esses, são igualmente namorados da monotonia e amigos
íntimos da disciplina. O que está fora de controle causa-lhes confusão, e lhes
afeta certa zona do cérebro, mas quase nunca lhes toca o coração. O amor devia
ser sonhado e devia fazê-los voar; em vez disso é planejado, e quanto muito,
fá-los pensar.
Sobre
o amor não se tem controle. É um sentimento que nos domina, que nos sufoca e
que nos mata. Depois dá-nos um pouco vida. No amor queremos viver, mas pouco
nos importa morrer e estamos sempre dispostos a ir mais além. Deixamo-nos cair
em tentação, e não nos livramos do mal, embora procuremos o bem. No amor também
se tem fé, mas não se conhecem orações: amamos porque cremos, porque desejamos
e porque sabemos que o amor existe. Amamos sem saber se somos amados, e por
isso podemos acabar desolados, isolados e deprimidos. Que se lixe! O amor não é
justo, não é perfeito; no amor não se declaram sentenças nem se proferem
comunicados. O amor prefere ser imprevisível, cheio de riscos e de fogo
cruzado. No amor os braços não se cruzam, as palavras não se gastam e os gestos
servem para o demonstrar. Amar também é lutar, e enfrentar monstros fabulosos
com cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de dragão. É uma ilusão, um sonho,
um absurdo e uma fantasia. O amor não se entende, não se interpreta, não se
discerne nem se traduz. Quem ama acredita, mas não sabe bem porquê, não sabe
bem o quê, nem percebe bem como.
Fonte: Rogério Fernandes, em 'Alterne Activo'
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